Considerações Importantes
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pérola da vez
22 novembro, 2009
Como é Difícil
16 outubro, 2009
antropofagia 2
30 agosto, 2009
Movimento
Está sentindo? Está acontecendo de novo... Pare, observe, percebe?
O Mundo Gira! Sente?
Crianças brincando, vozes cantando, bater de asas, piar de bicos. A Terra vive, respira. Galhos balançam, rios bulindo, o sol sorrindo. Frutas que caem, animais caçando. O vento sopra, move uma folha, carrega grãos e pólem. O ciclo se renova, gira e rodopia, gera e regenera. Degenera também...
A mudança acontece à todo tempo, aguce os ouvidos, aperte os olhos e vai ver. Rios secando, montanhas erodindo, flores desabrochando, graminhas rompendo a terra. O circulo é contínuo e cada ponto é ao mesmo tempo dois extremos. tudo é um pouco do que já foi e um pouco mais do que será. Tudo consome à si mesmo. Está entendendo?
Apesar de tudo passar nunca deixa de ser o que é... Percebe? A Terra muda, o universo muda, a vida muda, mas ainda são Terra, Universo e Vida... Esse gradiente de cor, luz e transformação é o mesmo do seu início ao fim. A Mudança faz parte da manutenção do estado inícial de ser mutante. Confuso? Vai entender...
A energia está em transito, o calor move entre corpos. Rostos envelhessem, perecem, mas não findam... Novos organismos surgem e a vida vai organizando-se, achando caminhos. Complicado? Talvez... mas com certeza é um espetáculo! Percebe?
26 agosto, 2009
Para os Megalomaníacos
Tu que quer sempre ser Cézar, não te sintas mal quando, depois de uma guerra diária, chegares em casa com os joelhos doloridos e no banho quente as lágrimas salgarem a espuma. Ou quando não fores mais campeão e a Glória negar-te o lábios doces e túrgidos, não te tornes rancoroso e soturno, perder é natural. Mesmo que não reconheças a ti mesmo querendo colo, saibas que pode-se ser grande ainda que sejas uma criança.
Chegará a hora em que seu corpo e mente, exaustos da dor e da loucura, perderão o vigor e a esperança. Não irá mais querer recomeçar a batalha e manter-se forte, mas - acredite - vai passar. Quando tudo parecer perdido e o mundo desanimar, conherás a beleza de ser pequeno, de poder chorar. Há muito o que aprender e a vida é mais cheia de perigos do podes, com cabeça de menino, imaginar.
Nem sempre poderás ser bravo, mesmo os gigantes chegam a sangrar uma dia, não te preocupes. No momento certo perceberás que é hora de despir a armadura de vidro reluzente e deixar as feridas tomarem ar. O céu parecerá ruir, encolherás-te na cama com medo dos trovões, mas as cicatrizes hão de se fechar e a tempestade irá passar.
O que virá depois é a alvorada de uma nova fase. Os raios de sol devolverão o antigo calor e terás coragem e espírito novos em folha. Serás mais forte e renovado, mas não te surpreendas se novamente o céu se fechar e teus castelos desabarem. Não se ganha sempre, criança, e nem se cresce sem tombar.
15 agosto, 2009
Micro Conto #6: A Tempestade
08 agosto, 2009
07 agosto, 2009
sorte e azar
30 julho, 2009
Micro Conto #6: Sub Panus
21 julho, 2009
O Escorpião e o Sapo
No entanto o sapo não lhe faria a travessia, porque iria ajudá-lo visto que conhecia a reputação do escorpião e sua natureza peçonheta? Provavelmente, pensou o sapo, irá picar-me nas costa enquanto o carrego. Mas o venenoso insistiu que picar-lhe seria impossível, se o fizesse mataria não só ao seu transporte como a si mesmo, pois não poderia escapar das águas sem afogar-se. O sapo convenceu-se; sabia ser o escorpião um ser traiçoeiro, mas nunca ouvira que fosse suicida.
Mas eis que enquanto cruzavam as águas pantanosas, o sapo sentiu o corpo adormecer e entao uma agulha queimar-lhe as costas, ou sentira a picada primeiro e a dormência depois, não saberia dizê-lo. Antes que afundassem completamente teve tempo de dizer com o olhar perplexo: "Por que?" Mas não pôde ouvir o escopião responder-lhe: "Porque é da minha natureza, não pude evitá-lo".
08 julho, 2009
Micro Conto #5: Homens e Fadas
06 julho, 2009
29 junho, 2009
Antropofagismo
Resta-me desejar morrer como a criança que deseja o chocolate. A morte e a vida são um só?
25 abril, 2009
Micro Conto #4: Asco
19 abril, 2009
Uroboros
Não dissolvo a existencia do combate, não cometeria tal discrepancia, mas dou à este um novo caráter. O Uroboros trava uma guerra contra si mesmo e de sua autofagia surge sua renovação e seu movimento inesgotável. Deste fantástico lagarto que contem em sua essência bem e mal, diabólico e angelical, e do seu eterno auto consumo brotam todos os impulsos e toda energia que comanda nosso caos terreno.
O que torna esse verme subterrâneo e imundo tão interessante é por ser tudo o que há. E como não resta mais nada existente, seu próprio corpo o serve de nutriente. Sigamos seu exemplo então. Gastemos nossas mentes, usemos nossos quadris, queimemos nossa pele ao sol, estoremos nossos tímpanos, devoremo-nos... Travemos guerras contra nós mesmos. E deixemos as forças combatentes que nos atormentam o íntimo nos destruir e degradar.
Do auto consumo nasceremos novamente todo tempo. Do nosso combate diário para não tornarmos-nos imóveis brotará a luz que fará de cada desejo, cada sentimento e cada momento experiências hedônicas eternas. Deixemos o fogo nos queimar, o frio nos enrigecer e a dor nos calejar. Vamos nos alimentar de nós mesmos e quando nosso corpo se esgotar, nossa matéria servirá de alimento à outra criatura.
Não perdamos tempo... se não nos consumirmos agora o mundo o fará e jamais conheceremos nosso próprio sabor.
16 abril, 2009
O Fogo
A caixinha de palitos de fósforo, como sempre está em cima do fogão, ele a apanha sem dificuldades. E com esses dois brinquedos, tão simples e mais interessantes do que o video-game que os pais lhe compraram para conter toda energia, ele realiza o mais fascinate dos seus recreios. Encharca grandes bolas de papel com o alcool, se delicia por instantes com o aroma perfumado e faz a cabeça do palito estalar e faiscar na borda da caixa de papelão. O som crocante do fósforo ascendendo-se o deixa ainda mais animado, põe fogo na pira de jornal amassado e fica a observar o fogo consumir as notícias da semana.
Ali, sentado abraçado aos joelhos ele não pensa em nada, apenas aproveita o espetáculo da energia e da transformação. As chamas lambem o papel e o escuressem. Línguas flamejantes devoram esferas irregulares e as transformam em cinza e fumaça. O brilho incadescente de suas estrelas particulares aquece seu rosto e seus pêlos arrepiam-se, ele está em êxtase, hipnotizado pela dança sinuosa das espadas luminosas que travam um guerra sangrenta contra o frágil papel. Sobram brasa e fumaça, mas o recreio ainda não termina, ele agora admira as nuvens místicas que alçam vôo; É pura magia...
Mas de repente ele ouve a porta da garagem ranger seus braços eletrônicos. Em meio à palpitações e respiração ofegante ele elimina todas as evidências e bota tudo no lugar. Corre à sala de TV onde fingi estar à horas jogando. A Mãe chega por trás e ele sente um calafrio quando a sua sombra imponete surge às suas costas. A voz austera da matrona preenche todo o cômodo quando pergunta da empregada, ele diz que já foi, ela pergunta o que fez durante a tarde. "Nada", ele responde, nada. "Joguei..."
15 abril, 2009
Cães Internos
No início não era problema, fui os sufocando um a um nas trevas do subsolo, mas o cárcere só fez aumentar-lhes a sede por sangue. Devia ter-lhes dado um fim quando pude, se é que algum dia tive esse poder. Agora é impossível controlá-los, estão mais fortes e ferozes e alucinados por sair. Não há o que os impeça de gritar sua revolta contra mim. Preciso fazer algo ou vou sucumbir aos apelos deles.
Desço as escadas até a porta do porão. Murro a madeira maciça e berro por silêncio, eles redobram os latidos. Não tem jeito, não os imponho respeito mais e estou enlouquecendo, perdendo as forças. Não tenho mais sossego, não durmo há anos! Por quanto tempo ainda aguento? Olho para a porta que leva ao cativeiro desses demônios, ela parece uma boca negra pronta a me devorar. Ali também é prisioneiro meu coração. Que aconteceria se os solta-se? Com tanto tempo presos talvez me consumam em cólera vingativa ou talvez apenas derrubem os portões que protejem minha propriedade familiar.
Que dilema infernal. Libertá-los é irresistível, mas temo, pode ser tarde. A algum tempo talvez fosse possível ter-lhes cativado o afeto, mas é tarde para isso. Tomo alguns remédios para o sono com um copo de água, espero pelo efeito. Adormeço sobre os braços apoiado na mesa, mas o alívio dura pouco, logo os latidos tornam a me acordar. Basta! Não aguento mais. É hora de encará-los, aliviar o nosso desespero, não mais os manterei presos!
11 abril, 2009
A Desventura de Louise
Ela se fecha em um devaneio e voa para fora da janela, onde o ar é fresco e a presença quente do sol faz seus pêlos arrepiarem. Há um mundo fora do seu quarto que ela quer muito conhecer, há coisas que precisa ver antes de recomeçar a escrever. Tudo o que Louise tinha que a inspirasse antes ficou velho e empoeirado e, mesmo que sua mente ainda ferva de idéias e transborde verve, ela quer mais, quer melhor, quer o verde vivo da grama traduzido em palavras, quer o escarlate do pôr-do-sol nos seus títulos e o azul majestoso do céu noturno em cada vírgula e ponto final. Ela é cheia de cor e beleza, mas não o concegue explicar por que talvez não tenha explicação essas coisas de sensação. Louise quer, deseja desesperadamente gritar ao mundo o que se passa dentro de si, mas teme diminuir seus sentimentos a palavras vazias, tem medo de que seus textos não estejam a altura de seus anseios, mas acima de tudo teme perder a capacidade de se reinventar e tornar-se previsível e presa às antigas formas de escrever.
Ela volta alucinada de seu sonho sem nexo e corre a ponta da caneta no papel imaculado para registrar seu êxtase. Tenta o mais rápido possível capturar em tinta e letra de fôrma a emoção que está sentindo. Está tão louca por imortalizar seu devaneio que o acaba assustando e ele foge deixando sua mente apenas com palavras sem sentido. Ela o perdeu de novo. Louise despenca sobre a mesa exausta, o corpo suado, a respiração ofegante e o hálito quente. Ela está péssima, sente-se mal por estar tão cheia, quase explodindo, de pensamentos, mas não conceguir transmiti-los.
Acontece que nada satisfaz o espírito inconstante de Louise. Ela é grandiosa demais para se contentar com qualquer coisa que escreva. Louise quer algo maior, algo que se assemelhe à coisa real. Ela deseja verossimilhança. Mas isso é inalcançável, letras em papel não têm o mesmo cheiro, cor ou movimento da natureza, ela sabe disso. Mas não adianta, Louise teima em querer o impossível, não pode evitar, não o quer por escolha. Ela está tão cega proucurando algo surpreendente e novo que se esqueceu de quando escrevia sobre o óbvio. Tudo de que precisa está bem ali diante de seus olhos, ela pode desistir de abraçar o mundo de uma única vez ou pode tentar. O que virá depois só ela irá saber. O que virá?
09 abril, 2009
Eu sou, tu és
Se é que o eu realmente existe...
18 março, 2009
Micro Conto #3: Pais e Filhos
12 março, 2009
Colóquio com Mefisto
É um desses dias frios, quando se para pra pensar, fazer uma limpeza no armário, pesar as decisões e analisar a própria vida e conduta. O humor em harmonia com o clima, cinza, grisalho da cor da melancolia. Em cima da mesa cartas fechadas, jornais velhos e uma garrafa vazia de conhaque. Onde estava mesmo? Ah, sim... Pesar as decisões. Um pouco ébrio, bastante para ser honesto, e com a testa ardente seja pelo fogo da lareira ou da bebida é como decidi começar a rever meus valores. A madeira estala na lareira e exala um perfume suave. O sol, emoldurado na janela, faz sua descida preguiçosa iluminando o céu com uma luz difusa, quase metafísica. Os olhos ardem também, embaçam... de repente tudo é sombra e mancha.
03 março, 2009
23 fevereiro, 2009
Quetzalcoatl
Mas deste algum tempo Quetzalcoatl sentia forças telúricas que nasciam das suas entranhas e às quais ele não compreendia. A Serpente tinha desejos e impulsos que não controlava e isso a pertubava demasiadamente. Sentia vontades violentas e era invadido por pensamentos terríveis. Mas ao mesmo tempo que aquilo o incomodava ele sabia que era maravilhoso. Quetzalcoatl percebia que a vida não fazia sentido, algo faltava...
A fim de resolver o problema ele foi proucurar o feiticeiro Tezcatilipoca que era capaz de compreeder tudo o que se escondia por traz da mente e conhecedor de todos os segredos obscuros. Tezcatilipoca fez surgir diante de Quetzalcoatl a fumaça. A serpente foi invadida por um perfume adocicado que a fez delirar. Os incensos de Tezcatilipoca serpenteavam pelo corpo de Quetzalcoaltl e ele entrou em êxtase, invadido por sonhos ininteligíveis. Aos poucos toda aquela bruma foi tomando forma até virar um espelho e Quetzalcoatl pode contemplar a sua nova face.
Sobre a superfície brilhante da fumaça de Tezcatilipoca, Quetzalcoatl viu surgir um ser com prolongamentos, pernas e braços, e encimado por uma cabeça coroada com cabelos e ornada com olhos e boca humanos. Era aquilo que faltava à essência da Serpente, mas ao alcançá-lo perdera a luminosidade de antes.
Percebendo que sua aurea divina se fora, Quetzalcoatl entrou em pânico. Como seus súditos o reconheceriam agora que tinha forma humana? O que fizera Tezcatilipoca? A Serpente entrou em um estado melancólico que despertou a piedade do seu duplo, sua outra essência: Xolotl, o Coiote.
Xolotl fez para Quetzalcoatl um manto de penas vermelhas, verdes e brancas. Deu-lhe uma máscara turquesa e pintou-lhe a testa de dourado, restaurando sua aparência divina. Mas Quetzalcoatl não se deu por satisfeito, o feitiço de Tezcatilipoca despertara nele novas vontades que ele ainda não podia satisfazer enquanto não se livrasse da sua condição de ser espiritual.
Tezcatilipoca preparou uma poção com uvas fermentadas e ofereceu a Quetzalcoatl para curá-lo de sua moléstia. Imediatamente a Serpente foi invadida por um calor viseral que o trouxe sensações inéditas. Ele sentiu-se eufórico e seu falo humano latejou cheio de lascíva e libido. Quetzalcoatl entregou-se à carne, experimentou o corpo opulento de uma mulher e provou o sexo. Seus movimentos ritmados vaziam seu corpo estremecer de alegria. Quando todas as sensações explodiram, Quetzalcoatl voltou ao seu antigo estado e ficou abismado com tudo o que tinha sentido.
A Serpente entendia que precisava se livrar da sua divindade e conhecer aquilo que Tezcatilipoca lhe mostrara. Ele chamou Xolotl e foi até a praia onde insinerou seu próprio corpo em uma pira funerária. O fogo queimou Quetzalcoatl e das cinzas do seu manto aves raras alçaram vôo e subiram para o céu. A Serpente flutuou até o submundo onde encontrou seu progenitor: Mictlantecuhtli. Quetzalcoatl pediu a seu pai os ossos preciosos que ornavam o palácio subterrâneo, os quais Mictlantecuhtli cedeu.
A Serpente e o Coiote retornaram à Terra onde jorraram o próprio sangue nos ossos. Estes tremeram e extremeceram até que empilharam-se na forma de um homem. E assim Quetzalcoatl criou um mundo material, cheio de prazeres, êxtase e desejos.
16 fevereiro, 2009
Je ne comprends pas
Tout est bien...
A voz fantasmagórica ecoa pelo lugar e faz tudo vibrar. Não deve ter escutado direito... que lugar é esse?
Un rêve...
A voz é bem modulada e grave, incrível que não lhe doa os ouvidos, mas, ao contrário, chega a ser agradável. Repleta de branco. Uma voz alva e puríssima. Talvez não seja uma voz, mas um som qualquer. Que lugar é esse?
Infini, tout, ceci est la vie...
Você não entende. A cabeça doendo de novo, droga, o que é isso? O que aconteceu? Tenta se mexer um pouco mas o corpo também dói como depois de um exercício exagerado. Uma dor lática e tensa. A boca ácida...
Douleur... Amertume... La chaleur, O calor!
Você não reparou antes mas tudo está fervendo! Feu, Passion, Désir, Volonté... O quê? Apura os ouvidos mas não entende. Doute, énigme, mystère, nuit... Está suando febrilmente, quer tirar a roupa, mas já está nu. Ceci est la vie! Ceci est la vie! CECI EST LA VIE!!! Os anjos gritam e você atônito apenas responde:
Je ne comprends pas...
11 fevereiro, 2009
Micro Conto #1: O Padrinho
06 fevereiro, 2009
Um Lugar na Rua Sin
03 fevereiro, 2009
Apresentação
#O Pequeno Manual do Visitante
Não tente encontrar paradigmas para o que vir - é perda de tempo. Tão pouco será possível encontrar explicações definitivas; não, isto seria sobretudo arriscado. Nem tudo deve emergir à superfície - devemos reconhecer que isto contribui para surgirem interpretações novas e infindas que se renovam a todo tempo. Também nem sempre a satisfação será garantida, mas é possível encontrar formas interessantes e inesperadas - que podem ou não agradar: Cada um cata o que lhe serve.
#O Propósito de um Bueiro
O Bueiro antes de tudo é uma válvula de escape, nem sempre o que escorrer em sua direção é dejeto, mas é sempre excesso. Tudo o que transborda tem de escorrer para algum lugar. Sim, bueiros são vitais; garantem a ordem no mundo, mantêm em lugar seguro tudo o que arrisca o equilíbrio e a temperança. Tudo o que cai pelo ralo converge para cá e é catalizado e modelado para poder ser apreciado. Façam o proveito que convir.
#Última Considerção
Não cometa nenhum erro: o Bueiro também é lugar de garbo e altivez, embora nem sempre isso esteja claro.