Tu que quer sempre ser Cézar, não te sintas mal quando, depois de uma guerra diária, chegares em casa com os joelhos doloridos e no banho quente as lágrimas salgarem a espuma. Ou quando não fores mais campeão e a Glória negar-te o lábios doces e túrgidos, não te tornes rancoroso e soturno, perder é natural. Mesmo que não reconheças a ti mesmo querendo colo, saibas que pode-se ser grande ainda que sejas uma criança.
Chegará a hora em que seu corpo e mente, exaustos da dor e da loucura, perderão o vigor e a esperança. Não irá mais querer recomeçar a batalha e manter-se forte, mas - acredite - vai passar. Quando tudo parecer perdido e o mundo desanimar, conherás a beleza de ser pequeno, de poder chorar. Há muito o que aprender e a vida é mais cheia de perigos do podes, com cabeça de menino, imaginar.
Nem sempre poderás ser bravo, mesmo os gigantes chegam a sangrar uma dia, não te preocupes. No momento certo perceberás que é hora de despir a armadura de vidro reluzente e deixar as feridas tomarem ar. O céu parecerá ruir, encolherás-te na cama com medo dos trovões, mas as cicatrizes hão de se fechar e a tempestade irá passar.
O que virá depois é a alvorada de uma nova fase. Os raios de sol devolverão o antigo calor e terás coragem e espírito novos em folha. Serás mais forte e renovado, mas não te surpreendas se novamente o céu se fechar e teus castelos desabarem. Não se ganha sempre, criança, e nem se cresce sem tombar.
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