Considerações Importantes

Chegar até aqui é fácil; há portas de entrada e de saída em todos os lugares. Saber o que catar é outra história. Outsiders são bem-vindos, pois se sentirão em casa - quanto aos outros... Talvez possam achar o que lhes preste.
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pérola da vez

"a única verdade é o amor para além da razão" - Musset

12 dezembro, 2010

É incrível a capacidade que temos de não notarmos as coisas mais comuns, até que um dia alguém nos aponte para elas e depois passamos então a observar. Já devo ter passado pelo mesmo local pelo menos umas três vezes, mas o letreiro nunca havia me chamado atenção. Talvez fossem as cores, esse azul marinho com branco e preto se misturam com a paisagem da cidade tumultuada de carros, pessoas e afazeres, até que um dia discuti com alguem sobre o assunto do cartaz, e hoje passando por lá notei e remeti a ideia da conversa passada. Mais impressionante ainda é perceber como passamos a observar tanto que as vezes confundimos todos os objetos num só... e isto se faz insconscientemente... se não fossem os olhos atentos ao mesmo objeto eles passariam despercebidos, como só mais uma poeira no sapato. Se é só mais uma poeira no sapato eu não sei, e não sei como é ser só mais uma poeira. Tenho medo é de endoidar enxergando o mundo todo de um jeito só! Não, eu não tenho medo de endoidar, tenho medo é de tirar a beleza do mundo, que é feita de caos.

10 julho, 2010

Sensualidade do corpo


A sensualidade não estava nas palavras, mas sim no corpo, que desconhecia a sensualidade e também as palavras. O corpo era divino e não pensava, estava longe da moral ou da razão, era a carne “nua e crua” que neste momento sabia bem o significado de ser. Ninguém era mais do que ele, e quanto mais era, mais queria ser, por não saber quem era. Inocência... Seu movimento era a pintura renascentista de Michelangelo na capela cistina, com todas as suas cores que se misturavam em uma ilusão de ótica que levam a crer em Deus! Era o homem de Da Vinci. O corpo se expressava além da sua consciência e dançava com os anjos do paraíso a música dos rios.
O rio foi se distanciando e seu som abafando... o corpo foi voltando a si e não conseguiu mais ser, nem ver os anjos e nem crer em Deus...

05 junho, 2010

Micro Conto #7: Amores Proibidos

Zeus, quando desejou o corpo imundo de Leda, a possuiu não com sua forma divina, mas como um cisne

19 março, 2010

CARPE DIEM, porque nasce o sol e não dura mais que um dia!
A frase árcade não só habitou a mente, mas o mais importante, habitou também o corpo, e o corpo se fez presente na alma, nao mais a alma no corpo. Esta inversão aconteceu e nem eu pude perceber, apenas sentí-la, ainda bem, assim só sobra espaço para viver!morrer e nascer... todos os dias!

10 janeiro, 2010

Uma Questão Ontológica


Ser, somente ser. Para isto a cabeça pensa e gira, e roda e fica tonta! Ser o quê? Para quê? Tanta preocupação em ser algo que o eu se esvanece e paira no ar. Sentimento vão, vazio, que confunde, perturba, que incomoda e se perde em nada. A obsessão em ser tira a vida, a vida que já não é própria, que se enche de fantasias em meio a loucura, que grita para sair da alma, e que quanto mais grita, mais se aprisiona, as correntes apertam e sufocam... dói, bem dentro do peito! A falta de ar sufoca e os pulmões se comprimem como um balão que estoura, uma sensação que parece diminuir o eu que já não é, como se dissolvesse. O corpo está mole...
imagem: Francis Bacon